Notícias
Revenge buying: ele pode trazer clientes de volta à sua loja?
Visitar o restaurante preferido, se hospedar num hotel, passar o dia comprando... o consumidor deve se entregar a um sentimento de compensação após o fim da quarentena, como está acontecendo no mercado chinês
Consumo por vingança, vingança de compra ou, no termo original, revenge buying. Há quem afirme que a reabertura gradual ou definitiva (dependendo do país) do comércio, após uma temporada de restrições, gere um sentimento de compulsão nos consumidores.
O resultado disso? Filas nas portas das lojas e clientes ávidos por comprar um mimo para suprir um desejo interrompido e celebrar o mundo e a vida pós-pandemia.
A possibilidade de retornar ao varejo físico em tempos de distanciamento social, associada ao hábito rotineiro de compra on-line, reacendeu o conceito chamado revenge buying em diversos lugares do mundo. Ou seja, um consumo massivo e repentino depois de um momento de privação da experiência de compra presencial.
Popularizado na década de 1980, o termo surgiu e foi muito usado na China, quando os consumidores passaram a ter acesso a produtos estrangeiros. Até então, essa era uma demanda muito reprimida no país asiático e só mudou após o mercado chinês ter sido aberto para empresas do exterior, em 1976.
Não é preciso ir muito longe para traçar um paralelo entre esse acontecimento e os dias atuais, já que a ideia voltou à tona com a pandemia.
Quando reabriram pela primeira vez no início do ano passado, muitas lojas de países como China e França tiveram filas de clientes em suas portas. Somente uma butique da Hermès, na China, faturou U$ 2,7 milhões (mais de R$ 14 milhões) no primeiro dia de reabertura.
Em São Paulo, estabelecimentos de regiões importantes para o comércio também têm vivido isso. Desde o último sábado, 24/4, shoppings, lojas de rua e outras atividades puderam reabrir, com restrições, após quase 50 dias fechados por conta da quarentena estadual.
Na região da Rua 25 de Março, consumidores e ambulantes provocaram aglomerações na Ladeira Porto Geral, e restaurantes, especialmente, da Vila Madalena, na Zona Oeste da cidade, tiveram filas e aglomerações do lado de fora.
Enquanto as marcas tentam garantir uma experiência de compra física segura no mundo todo surge a pergunta: esse fenômeno pode salvar alguns negócios da ruína e trazer clientes de voltas às lojas?
Cecilia Morelli Parikh, fundadora da Le Mill, uma loja conceito de luxo com sede em Mumbai, acredita que enquanto a possibilidade de viajar ainda não for uma questão segura, possivelmente, os consumidores vejam o comércio como uma válvula de escape.
Especialmente, quando consideramos o mercado de luxo, que ainda é muito dependente de compras realizadas no exterior. Na China, por exemplo, onde estima-se que mais de 50% dos gastos de luxo em 2019 foram feitos no exterior, as lojas locais têm alcançado melhor desempenho em meio à pandemia - melhor do que nunca, em alguns casos.
Por outro lado, no Brasil viveremos algo que já é comum a boa parte da população, uma privação do consumo pela alta do desemprego ou pela diminuição de renda que foi muito afetada. Lyana Bittencourt, diretora executiva do Grupo Bittencourt, aponta que o fenômeno pode não durar muito e não ocorrer da mesma maneira em todos os lugares.
Segundo a consultora, em alguns casos, esse comportamento pode ser mais um sintoma de descontrole financeiro do que uma tendência observada em diversos mercados de forma simultânea. Portanto, o poder aquisitivo e a classe social atuam como fator determinante neste cenário.
Seja como for, a movimentação causada pelo revenge buying é conhecida por ser algo intenso e rápido, e possível de ser explorada por qualquer tipo de negócio. Entretanto, passada a fase de normalização, o comportamento de compra regular deve voltar ao normal.
Links Úteis
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.7947 | 5.7965 |
Euro/Real Brasileiro | 6.1026 | 6.1106 |
Atualizado em: 15/11/2024 18:59 |
Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |