Notícias
Melhora de nota depende de avanço fiscal
Mas o país tem de passar por reformas amplas e sérias, que incluem melhora das contas do governo e uma relação menor entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB)
A equação usada pela agência de classificação de risco Fitch Ratings para determinar a nota soberana brasileira está equilibrada, sem pender para uma reclassificação melhor nem pior no curto prazo - os famosos "upgrade" ou "downgrade" usados no jargão de mercado. Mas o país tem de passar por reformas amplas e sérias, que incluem melhora das contas do governo e uma relação menor entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB), para sair da atual classificação "BBB estável" e então galgar degrau superior na escala da agência.
Shelly Shetty, diretora sênior de notas soberanas da Fitch para América Latina e responsável pela determinação da nota brasileira, afirma que a relação dívida/PIB, por volta de 55%, é muito maior que a média dos países que têm a mesma nota, de 40%, sendo que as receitas brasileiras estão no mesmo patamar que aquelas de países de primeiro mundo. Desde abril de 2011 o Brasil é considerado "BBB" - mesmo nível que Rússia, Panamá, México e Peru.
"O Brasil está em uma encruzilhada. Antes, a economia crescia com base em consumo e investimentos. Agora, o consumo continua resiliente enquanto os investimentos caíram. Reformas são necessárias para trazer investimentos", disse Shelly em entrevista ao Valor. Ela participa hoje de conferência sobre mercados emergentes que a Fitch promove em São Paulo.
As finanças públicas são o calcanhar de aquiles do Brasil na hora de se elaborar a nota soberana, afirma. "Os gastos ainda são muito focados em pagamentos de salários e pensões, e isso prejudica a habilidade do governo de promover investimentos públicos", avalia.
Ela explica que o Brasil tem um nível de arrecadação de receitas que é comparável ao de países desenvolvidos. "Mas sabemos que a qualidade dos gastos e o oferecimento de serviços do Estado está muito distante daqueles de países desenvolvidos", afirmou a analista indiana que já foi responsável por ratings do Leste Europeu, da Ásia e da África do Sul.
Outros pontos fracos citados são o baixo nível de investimentos em relação ao PIB e de iniciativas que mostrem comprometimento com reformas em larga escala (especialmente de caráter fiscal e tributário), e relacionadas aos gargalos de infraestrutura e educação - pontos que, em conjunto, pesam contra o país na hora de determinar o seu rating.
Mas Shelly também listou fatores positivos recentes. Um deles foi a concessão à iniciativa privada de importantes aeroportos no país. Outro engloba o avanço das iniciativas para reforma do modelo de previdência dos servidores federais, além da forte redução da taxa básica de juros, a Selic.
Daqui por diante, ela considera que as pressões inflacionárias se mostrarão mais presentes à medida que a economia se recupere, o que demandará um papel importante do BC no próximo ano. A Fitch projeta que o PIB brasileiro crescerá 1,5% este ano e ao redor de 4,2% em 2013.
Links Úteis
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.7256 | 5.7286 |
Euro/Real Brasileiro | 5.9916 | 5.9996 |
Atualizado em: 24/02/2025 10:57 |
Indicadores de inflação
11/2024 | 12/2024 | 01/2025 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 1,18% | 0,87% | 0,11% |
IGP-M | 1,30% | 0,94% | 0,27% |
INCC-DI | 0,40% | 0,50% | 0,83% |
INPC (IBGE) | 0,33% | 0,48% | 0,00% |
IPC (FIPE) | 1,17% | 0,34% | 0,24% |
IPC (FGV) | -0,13% | 0,31% | 0,02% |
IPCA (IBGE) | 0,39% | 0,52% | 0,16% |
IPCA-E (IBGE) | 0,62% | 0,34% | 0,11% |
IVAR (FGV) | -0,88% | -1,28% | 3,73% |